INTRODUÇÃO

Vila Maior situa-se na zona Dão Lafões e é uma zona rica em fauna e flora, onde se pode desfrutar dos dois mundos.
Nesta freguesia podemos encontrar dos seres mais pequenos até aos maiores, desde o pequeno Musaranho-de-dentes-brancos (Crocidura russula (Hermann, 1780)), ou a pequena Estrelinha-de-poupa (Regulus regulu),, até ao cervídeo Corço (Capreolus capreolus (Linnaeus, 1758)), a famosa Raposa (Vulpes vulpes (Linnaeus, 1758)), o Texugo (Meles meles (Linnaeus, 1758)) ou mesmo o Lobo-Ibérico (Canis lupus (Linnaeus, 1758)), que apesar de não confirmado percorre zonas relativamente próximas o que por sua vez pode levar este carnívoro emblemático e importante para a manutenção do ecossistema a visitar esta região em busca de presas como o Corço, Javali (Sus Scrofa (Linnaeus, 1758)), o coelho-bravo (Oryctolagus cuniculus) e/ou presas domésticas devido ao contínuo declínio de presas naturais, principalmente o Coelho-Bravo devido à mixomatose que tem dizimado as populações de em todo o país. Todos os animais são importantes e contribuem para o bom funcionamento dos ecossistemas, porque, por exemplo o Corço alimenta se de vegetação pelo que controla o seu crescimento, contribuindo assim para uma floresta mais limpa, mas se o seu número for demasiado elevado pode levar a que a floresta não se consiga renovar e aí entra o papel do lobo para controlar a população de corço. Tudo tem o seu lugar e quanto mais riqueza biológica houver mais saudável e agradável se torna a vida.
A flora tem um papel importantíssimo na natureza e que na região de Vila Maior é também bastante rica, apesar de nos últimos anos a floresta endémica ter sido substituída pelo Pinheiro-Bravo (Pinus Pinaster) e mais recentemente pelo eucalipto (Eucalyptus globulus), mas ainda assim é possível observar zonas de folhosas como Carvalho-português (Quercus faginea) e Castanheiro (Castanea sativa), por exemplo, mas muitas outras espécies podem ser encontradas na região desde o Medronheiro, Azevinho..., muito devido à população que nos últimos tempos tem vindo a adotar uma outra mentalidade e tem plantado outras espécies como Cupressos, sobreiros, espécies variadas de Pinus o que denota um outro cuidado pela manutenção da natureza na região, porque uma floresta cuidada atraí espécies animais e vegetais, mas também pessoas.

TURISMO | PATRIMÓNIO

Igreja Paroquial de Vila Maior . Capela Nosssa Senhora da Ribeira . Capela de Santo Antão . Capela da Nossa Senhora das Colmeias . Capela de S. Francisco . Marcos da ordem de Malta . Lagaretas ou Lagares dos Mouros . Pedra Escrita das Eirinhas . Castêlo de Nespereira Alta . Quinta da Moitinha . Cruzeiro . Quinta das Fontes

IGREJA PAROQUIAL DE VILA MAIOR
A presente igreja é uma reconstrução da igreja primitiva, que mais tarde veio a constituir-se na matriz paroquial de Vila Maior e apresentar o orago a Nossa Senhora da Purificação. Já em 1258, a igreja e o seu território surgem incluídos no padroado dos fidalgos-cavaleiros Mem Gonçalves “de Fonseca” e de Estêvão Peres “de Tavares”, declarando-se que era honra fidalga pertencente a esses cavaleiros (apenas obrigados nos casos crimes), existindo ainda um casal reguengo, um pertencente à Ordem do Hospital e outro da posse do mosteiro de S. João de Tarouca, sendo que todos estes tinham encargos para com o rei. Foram esses cavaleiros-fidalgos, juntamente com os paroquianos (os dos outros casais), a repartirem entre si a constituição do padroado de Santa Maria de Vila Maior e cujos, certamente, fizeram prosperar a antiga propriedade eclesiástica (igreja) e rústica (“villa”) ao ponto de a tornar “Maior”: a paróquia de Vila Maior. Aparecem inscrições nas paredes internas da igreja que remetem para um período baixomedieval e cujas carecem de uma leitura e interpretação especializadas.


CAPELA NOSSA SENHORA DA RIBEIRA
Esta capela também é antiquíssima. Não é sabida a data da sua construção, apenas a da sua reedificação. No Vale do Sul, no século XII, junto à atual povoação de Ribeira de Amarante, houve um templo dedicado a Santa Maria, o que vem confirmar a tradição de que a imagem de Nossa Senhora da Ribeira, que se venera na capela de Nespereira Alta, aparecera em Ribeira de Amarante e dali fora levada para a atual capela.
Registe-se que há notícia de que, antes desta capela de Nossa Senhora da Ribeira, houve em Nespereira Alta a igreja de S. Genésio, metade da qual foi doada por Fáfila em 10 de Julho de 1103 a D. Maurício, Bispo de Coimbra. E quanto à atual capela, após uma visita pastoral em 1687, os paroquianos foram advertidos para a repararem e, na visita de 1709, foram admoestados por não terem feito as obras. Mais tarde, em 1748, após visita efectuada, o Bispo D. Júlio Francisco de Oliveira mandou que os moradores reedificassem a capela.
A este respeito, o então abade de Vila Maior, João Monteiro do Amaral, informou o Bispo: «O povo com adjutorium de certo voto, a fez de novo “à fundamentis”, com muito trabalho, pela suma pobreza que se acha aquele povo...». (Livro 13/57-A, pp. 48v-50v). O retábulo, atendendo aos gastos efectuados e à pobreza daquelas gentes, só viria a ser substituído passados oitenta anos.


CAPELA DE SANTO ANTÃO
Como consta das Atas da Junta da Paróquia, em 23/12/1888 foi discutida e deliberada a deslocação da Ermida da Nª. Sª. das Colmeias e os meios de a efetuar. O Pe. António Bento Ribeiro referiu que oferecia o terreno para a capela e adro, que a soalhava e suportava também o custo da licença. Os pedreiros José Francisco Cotinhas e António Batista, da Cobertinha informavam que, aproveitando-se a pedra da antiga (capela da Nossa Senhora das Colmeias), a edificavam por setenta mil réis, ficando com dez metros de comprimento, seis de largura e quatro de altura. As atas comprovam que só em 17 de fevereiro de 1889 é que foi iniciada a construção da atual capela e que viria a ser concluída em 7 de fevereiro de 1892.
Em 02/01/1889 foi autorizada por licença do Bispo; em 17/02/1889, as paredes foram arrematadas por cinquenta e quatro mil réis; em 02/04/1889, foi autorizado aplicar 15% sobre as contribuições par custear as principais despesas; em 18/11/1889, a junta da paróquia prescindiu da derrama e decidiu guardar as imagens na igreja; em 22/01/1890, constitui-se uma comissão para a angariação de fundos; em 16/02/1890 foi entregue a construção das empenas e da cruz a Manuel Joaquim, da Estrada, por doze mil réis; em 16/03/1890, a Junta da Paróquia foi multada nas contas de 1888 em quatro mil e novecentos réis revertendo estes para as obras da capela; em 06/07/1890, foi comprado meio milheiro de telha; em 03/08/1890, foi comprado um carro de cal; em 19/04/1891, foi comprada uma ara para o altar a Manuel Fernandes Lovada, de Pinhosão, por sie mil réis; em 27/12/1891, foi entregues a obra do forro por treze mil réis; em 24/01/1892, foi entregues a obra de caiador por catorze mil réis.
Até esta data estava na «Senhora» (terrenos que ainda mantêm este nome devido à localização da capela), na margem esquerda da ribeira de Goja, a mais de um quilómetro da atual localização.


CAPELA DA NOSSA SENHORA DAS COLMEIAS
Já Frei Agostinho de Santa Maria (1716) dizia que, perto do lugar de Goja, existia um célebre Santuário de Nossa Senhora das Colmeias e que era lendária a origem desta sagrada imagem. E acrescentava que, um dia, uma senhora foi ver se as suas colmeias já tinham mel quando lhe apareceu a Mãe de Deus, dizendo-lhe para ir buscar a sua imagem que estava numa concavidade de um penedo e que lhe edificassem uma ermida neste local.
A verdade é que, ainda hoje, num penedo, não muito distante do local onde outrora existiu a capela, são visíveis duas concavidades que dão a entender, pelo seu feitio, que podiam lá ter estado encostadas duas cabeças de tamanhos diferentes.
Mais refere o aludido autor que, já nesse ano de 1716, eram lá efetuadas procissões em ação de graças, como o caso da de Moledo (freguesia do Concelho de Castro Daire) no dia de “Ascensão do Senhor” e a de Pinho (freguesia vizinha), no dia de S. Barnabé, em reconhecimento por a Senhora ter livrado aquela freguesia de uma praga de lagartas que tinha destruído as sementeiras. Em novembro de 1889 foi iniciada a construção da capela de Santo Antão, em Goja, com a trasladação da então ermida. A construção desta capelinha foi da responsabilidade de um jovem devoto à Santa, com a colaboração da população de Sendas e Goja.
É um templo e um culto cristão que lembra remanescentes pagãos.

Lenda do penedo de Nossa Senhora das Colmeias
Conta-se que duas crianças pastoreavam o seu rebanho quando surgiu uma imprevista e forte trovoada, num dia quente e solarengo de maio. As ovelhas e as cabras berravam. As crianças tremiam mais de medo do que de frio e começaram a rezar. Fugiram para debaixo do calhau, uma rocha monstruosa. Veio um forte relâmpago com um grande trovão e rachou a pedra do Penedo do Perigo (visível um pouco mais acima) de meio a meio, efeito que ainda hoje se pode observar. Passada a tempestade, as crianças saíram do abrigo e, no regresso, deparou-se-lhes num penedo em forma oval e suspenso num pequeno filamento de granito, não muito distante de onde se tinham abrigado, num nicho escavado na lombada nascente, uma imagem brilhante e resplandecente de Nossa Senhora das Colmeias com o seu filho ao colo. Diz-se que essa imagem é a que ocupa o lugar central do altar da Capela de Santo Antão.


CAPELA DE S. FRANCISCO
Não são visíveis grandes vestígios da construção da capela. Contudo, a Câmara Eclesiástica de Viseu, Registos e Provisões, n.º 138, fl. 23, refere: “Casalinho de Vila Maior. Em 23 de Novembro de 1821 se passou licença de bênção e se poder celebrar na Capela de S. Francisco do mesmo lugar, novamente erecta, a requerimento do Prior do Socorro, de Lisboa, e outra do mesmo lugar”. A expressão ”novamente erecta” não significa reconstrução, mas primeira construção. Neste sentido, pensamos que parte da casa onde viveu o Sr. José de Almeida, carpinteiro de profissão, devido às cornijas bem trabalhadas, poderá ter pertencido à capela.


MARCOS DA ORDEM DE MALTA
Sabe-se que, no século XII, as propriedades que compunham a povoação de Goja pertenciam aos reis leoneses, depois que foram herdadas por D. Teresa (mãe de D. Afonso Henriques) e cuja, por sua vez, as teria ddoado aos fradesdaordem religiosa dos hospitalários: “villa de Gogia est de Hospitali, et domna Tarasia regina dedit ipsam villam Hospital”. É uma das mais antigas referências à Ordem do Hospital em terras portucalenses. E, mesmo hoje, provam o domínio dessa ordem em Goja (e noutros lugares da freguesia) os vários marcos de divisão de propriedades (penedos que ostentam a cruz de Malta) e, dentro da própria igreja matriz, a existência de uma outra cruz esculpida na parede e acompanhada por algumas siglas, para além do que tem passado de geração em geração e que aponta Goja como sendo o “celeiro da comenda de Ansemil da ordem de Malta”.


LAGARETAS OU LAGARES DOS MOUROS
A origem destas concavidades na rocha é incerta: tanto as podemos encontrar na ocupação medieval do território e com uma finalidade que nos remete para o fabrico do vinho e do azeite de antanho, como as podemos ter devido a causas naturais e relacionadas com a erosão dos terrenos. Certo é que são antigas. E, não raras vezes, o que é antigo e desconhecido suscita a imaginação, atribuindo-se-lhe a sua origem ao “tempo dos moiros” e às lendas das moiras encantadas.


PEDRA ESCRITA DAS EIRINHAS
As gravuras rupestres, com os seus círculos concêntricos, espirais e reticulados, integram um período alargado, que se compreende entre o Calcolítico e a Idade do Bronze, ou seja, entre o 3º e o 1º milénio a. C.. Tratam-se de manifestações artísticas gravadas em afloramentos rochosos, que parecem corresponder a lugares sagrados e relacionados com as paisagens envolventes, sendo difícil, para o conhecimento actual, descodificar a simbologia presente nessas insculturas. No lugar das Eirinhas, deparamo-nos com este afloramento granítico que apresenta um conjunto significativo dessas gravuras (círculos concêntricos e expirais), constituindo-se num monumento rupestre que carece de um enquadramento de protecção e valorização patrimonial.


CASTÊLO DE NESPEREIRA ALTA
Em Nespereira, numa topografia mais elevada e com excelente visibilidade, encontramos o sítio do Castêlo, o que nos sugere a existência de uma antiga fortificação (atalaia ou vigia medieval) que controlava visualmente todo o vale do rio Sul e as montanhas mais a norte.

QUINTA DA MOITINHA
936 116 664
quintadamoitinha@gmail.com

A quinta da Moitinha é uma quinta centenária, referência da Região e do vinho de Lafões. Pela sua beleza têm-se realizado vários eventos, visitas guiadas com provas de vinho e percursos pedestres.
O vinho branco de Lafões é um produto único, “ sui Generis”, com um grau alcoólico entre os 12 e os 23 graus, com reconhecidas propriedades digestivas, devido à sua frescura e acidez. É um vinho muito apreciado em qualquer estação do ano.
A flagrante tipicidade e originalidade destes vinhos é o resultado das características do solo, clima e mão do homem. Para que o vinho possa exprimir todo o seu potencial qualitativo, deverá ser sempre servido a uma temperatura compreendida entre os 8 e os 10 graus centígrados.
É produzido a partir das castas Arinto e Cerceal, que lhe conferem uma riqueza em acidez málica.

CRUZEIRO
Cruzeiro restaurado em 1945, não é conhecido a data da sua construção. Trata-se de um cruzeiro idêntico a muitos existentes no nosso país, em cidades, aldeias, nos montes, etc, com o propósito de cristianizar o local. Em muitos casos estão junto a Igrejas, Capelas ou caminhos que se dirigem para cemitérios, como é o caso.

QUINTA DAS FONTES
Com uma piscina exterior, um jardim e um terraço, a Quinta das Fontes - Alojamento Rústico Local e Turismo Rural apresenta acomodações em São Pedro do Sul com acesso Wi-Fi gratuito e vistas para a serra. Dispomos de estacionamento privado gratuito e fica numa área onde os clinetes poderão praticar atividades como caminhadas, passeios de bicicleta e bilhar.

Rua da Estercada, 9, Vila Maior, Portugal | Telemóvel: 918 643 461 - Chamada para rede móvel nacional | E-mail: quintadasfontes2020@gmail.com